quarta-feira, 27 de março de 2013

Soneto de Fidelidade


                De tudo, ao meu amor serei atento
           Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
           Que mesmo em face do maior encanto
           Dele se encante mais meu pensamento.

           Quero vivê-lo em cada vão momento
           E em seu louvor hei de espalhar meu canto
           E rir meu riso e derramar meu  pranto
           Ao seu pesar ou seu contentamento.

           E assim, quando mais tarde me procure
           Quem sabe a morte, angústia de quem vive
           Quem sabe a solidão, fim de quem ama

           Eu possa me dizer do amor (que tive)
           Que não seja imortal,posto que é chama
           Mas que seja infinito enquanto dure.

           Estoril(1939)





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